O salário mínimo necessário para a manutenção de família de 4 pessoas deveria equivaler a R$ 3.682,67 em fevereiro, ou 3,86 vezes o piso nacional (atualmente em R$ 954), calcula o Departamento Intersindical de Economia e Estatística (Dieese).
Em 2017, o salário mínimo era de R$ 937 e o piso mínimo necessário correspondeu a R$ 3.811,29, ou 4,07 vezes o piso nacional.
O departamento divulga mensalmente estimativa de quanto deveria ser o salário mínimo para atender as necessidades básicas do trabalhador e de sua família, como estabelecido na Constituição: moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e Previdência Social.
Essa estimativa também leva em conta valor da cesta básica mais cara entre as 27 capitais, que o órgão divulga todo o mês.
Segundo a instituição, o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em fevereiro, 43,79% para adquirir os mesmos produtos que, em janeiro, demandavam 44,21% e, em fevereiro de 2017, 44,25%.
NOTA TÉCNICA - A Nota Técnica 188 “Valor de R$ 954 não recompõe poder de compra do Salário Mínimo”, divulgada pelo Dieese, recomenda a revisão do reajuste de 1,81% do salário mínimo já que a inflação de 2017, calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, foi de 2,07%. O Dieese estima que 48 milhões de brasileiros têm seus salários referenciados no SM. Portal Vermelho
O órgão resgata que a política de valorização do SM teve início em 2004, quando centrais sindicais lançaram o movimento que resultou numa política permanente e que deveria ser aplicada até 2023. Segundo o documento, “a valorização do salário mínimo conquistada até aqui trouxe resultados muito positivos para a sociedade brasileira. A elevação real do poder aquisitivo de um contingente muito expressivo de brasileiros ampliou o mercado consumidor e viabilizou melhorias nas condições de vida de suas famílias, como a possibilidade de prolongar a formação educacional dos jovens. Além disso, o aumento do mínimo contribuiu significativamente para reduzir a desigualdade de renda no país”.
Entre 2002 e 2016, o SM passou teve constantes aumentos reais, sendo o pico em 2006 (13,04%) e o menor reajuste em 2016 (-0,10). Na conta até janeiro/2018, o aumento real foi de 76,57% e o reajuste nominal, de 377%.
O estudo aponta os impactos da valorização do SM nas contas da Previdência e sua relação com a cesta básica.
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