No per�odo em que houve uma "metamorfose" na composi��o da pobreza no Brasil, a taxa de desemprego no maior mercado de trabalho do pa�s, a cidade de S�o Paulo, subiu de 8% para 16%, tendo batido em 20% no final dos anos 90.
Ao longo do per�odo, o rendimento m�dio de quem ficou no mercado de trabalho ocupado caiu um ter�o, tanto em S�o Paulo como nas principais regi�es metropolitanas do pa�s.
Segundo Clemente Ganz L�cio, diretor-t�cnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estat�stica e Estudos Socioecon�micos), a atual "crise estrutural" no mercado de trabalho faz com que os trabalhadores aceitem valores mais baixos e vagas prec�rias -da� o empobrecimento dos ativos.
Isso explicaria em boa medida o fato de quase 90% das vagas formais hoje criadas pagarem s� at� R$ 700 ao m�s.
Ao usar o sal�rio m�nimo como crit�rio para medir a pobreza, tamb�m � preciso levar em conta tanto seu aumento real quanto o seu poder de compra.
Por causa da queda nos pre�os dos alimentos e dos aumentos reais dados ao m�nimo no governo Lula (25% acima da infla��o), o sal�rio m�nimo, que comprava apenas 70% de uma cesta b�sica ao final do governo FHC, hoje paga duas.
Como muitos dos benef�cios assistenciais e previdenci�rios s�o indexados ao m�nimo, a corre��o do poder de compra dos inativos foi maior do que para quem ficou no mercado.
Publicado em: 13/11/2006
Fonte: Folha de S�o Paulo
Cidade: S�o Paulo - SP - Pa�s: Brasil
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